19
Abr 11

 

Queria pedir a todos os seguidores desta Fan fic desculpas pelo tempo imenso que estive sem postar. Juro-vos que não tenho tido tempo nenhum. Mas, tal como já disse, a Fic continua até ao fim. Obrigado pela vossa paciência e lealdade á história. E agora, Divirtam-se com este novo capítulo.

 

 

 

 

 

 

O Natal e o Ano Novo foram passados de forma discreta. Tal como o início da minha relação com o Jaime. Ele, seguindo uma tradição familiar, passou as festividades natalícias em Coimbra, perto da família. Já o Ano Novo passou no hospital, de serviço. Quanto a mim, o meu Natal foi passado em casa da Inês, com alguns familiares e amigos, uma vez que a Ana regressou a casa para passar algum tempo com os seus familiares. Já o Ano Novo, optei por não sair de casa, e á meia-noite abria uma garrafa de champanhe com os meus amigos de um lado e o Jaime no telemóvel, do outro. Tudo bastante calmo… Este começo deu-me alguma segurança e tranquilidade – algo que nunca senti na minha relação com o David – e a pouco e pouco fui-me apercebendo do quanto gostava da companhia do Jaime. Ele fazia-me bem, em todos os aspectos. Fazia-me rir, sentia-me bonita e inteligente perto dele. Levava-me a sítios aos quais eu fazia cara feia, e surpreendentemente dava por mim a adorar o tempo que ali passava. E como o tempo voava… Era também uma pessoa muito culta e interessante. Conseguia estar horas a ouvi-lo. É certo que também passava muito tempo a conversar com o David, mas eram assuntos totalmente diferentes. O Jaime era mais sério, mas misteriosamente achava que essa seriedade lhe dava um certo charme. Principalmente quando punha os óculos para me ler alguma citação de alguma revista sobre medicina. Aí não conseguia resistir e poucas vezes consegui controlar uma gargalhada. Ele percebeu qual o efeito que me provocava desde a primeira vez que o fez, e acho que começou a fazê-lo propositadamente, só para me fazer rir. E entendia-me. Parecia ler-me de uma ponta á outra.

Certa noite levou-me a jantar num desses restaurantes em que nunca pensei entrar. Inicialmente não me senti nada á vontade, mas o Jaime reservara para nós uma mesa bastante acolhedora, num cantinho longe dos olhares mais curiosos. Quanto á ementa, resolvi deixar a cargo de quem já era conhecedor. Não me arrependi. Mais uma vez, ele adivinhou que eu seria bem esquisita a uma opção de jantar mais arrojada, e decidiu-se por algo mais simples, mas delicioso. Prometia ser mais um serão agradável quando de repente, dei por mim a olhar pela janela. Ao fundo via-se o Mar, e sem saber como fui transportada para o restaurante á beira-mar onde o David me levara apenas uns meses antes para celebrarmos o nosso primeiro mês de namoro. Essa noite fora mágica. Nunca ninguém me tinha feito tal surpresa, e apesar de não ser uma pessoa melosa a verdade é que adorei tudo quanto o David tinha preparado para mim. Desde o caminho de rosas ao jantar no restaurante, reservado só para nós nessa noite. Infelizmente, fora também nessa noite que tudo começara com a chegada da Carolina. O que adivinhava ser mais uma noite fantástica acabou de forma repentina e com uma sensação de agonia no peito. Fora o princípio do fim…

- Mel? Estás a ouvir?

- Hã?...

- Está tudo bem?

- Sim, porque é que não haveria de estar?

- Não sei. De repente ficaste distante… Bem distante.

- Desculpa, estava só… a pensar nos exames que aí vêm.

- Hum, a sério? Pensava que já tinhas passado essa fase.

- Qual fase?

- A dos exames! Tu não estás mesmo cá, pois não? Mel?...

Fixei os olhos na mesa. Não gostava de mentir ao Jaime, mas também não queria contar porque motivo ficara distante. Não ia parecer nada bem contar ao meu namorado que estava a pensar no meu ex…

- Desculpa! É algo pessoal, eu prefiro não falar disso, se não te importas….

- Tudo bem. Mas promete que vais manter-te aqui comigo.

Sorri.

- Prometo!

E cumpri a minha promessa. Tudo aquilo já tinha passado. Desde a noite do espectáculo nunca mais vira o David. Lá em casa esse assunto também já não era mencionado. Cada um seguira com a sua vida. Para quê relembrar algo que me magoava profundamente? Sentia-me bem com o Jaime. Para quê estragar tudo?

O jantar correu maravilhosamente bem. Consegui esquecer o assunto “David” e diverti-me imenso. Era o que mais gostava no Jaime. Conseguia sempre pôr-me bem disposta, com um astral e humor em alta. Quando saímos do restaurante demos umas voltas de carro por Lisboa. Levou-me a sítios por onde ainda não tinha passado e dei conta que estava quase há um ano naquela cidade e ainda não conhecia nem metade. Todo o meu trajecto se resumia a casa, faculdade, trabalho. Primeiro para o estádio da Luz, agora para o bar onde actuava algumas vezes por semana. Ah, e é claro, de vez em quando fazia um desvio até ao hospital ou até á casa do Jaime. Mas fora isso, conhecia muito pouco da Capital. Finalmente parámos em frente á casa do Jaime. Ele morava num prédio perto do Hospital que pertencia a um amigo que estava fora do País. Era um daqueles médicos sem fronteiras. Era bem simpática a casa dele. Via-se que ali morava um homem, médico ainda por cima. Mas mesmo assim estava sempre tudo muito bem organizado e a decoração era bastante acolhedora. Tinha uma mistura de culturas interessante, visto que o dono sempre que vinha a casa fazia questão de trazer algo do sítio onde estivera. Parece-me que a única peça de mobília que realmente pertencia ao Jaime era um cadeirão antigo, que pertencera ao seu avô, e era onde ele gostava de se encostar a ler os seus artigos ou a estudar casos de doentes mais complicados. Já tinha lido o meu processo todo do princípio ao fim, contara-me ele. Aliás, foi naquele cadeirão que tomou conhecimento do meu caso e isso tornou-o ainda mais especial. O Jaime gostava de me fazer sentir especial, e eu gostava quando ele o fazia. Naquela noite, não sei bem porquê, mas ele parecia mais concentrado em mim. Olhava-me de maneira diferente, atento a todos os meus movimentos como se me quisesse ler o que me ia na alma. Pensei que seria por causa do meu momento de distância ao jantar, mas em breve percebi que não era isso. Aproveitando um momento de distracção, surgiu por trás de mim e agarrando-me forte pela cintura puxou-me para ele. Foi tal a intensidade com que me puxou que me desequilibrei e agarrei-me a ele com força. Acho que interpretou isso como um qualquer sinal e beijou-me apaixonadamente. Nunca antes me tinha beijado assim, desesperado, quase em fúria. Tentei afastá-lo um momento e respirar, mas a minha resistência só fez com que me segurasse com mais força ainda. Desisti de o fazer e resolvi esperar que parasse. Mas não parou. As suas mãos começaram a estar em todo o lado. Depois segurou-me pelo pescoço e beijando-me o mesmo desceu até ao início do meu ombro e tentou puxar a manga para baixo. Começava a sentir-me desconfortável com tudo aquilo, principalmente porque percebera finalmente o que ele esperava que acontecesse nessa noite. Discretamente, tentei desprender-me e meter uma qualquer conversa.

- Aquele quadro é novo? – Perguntei, olhando na direcção da parede onde estava pendurado uma pintura que nunca tinha visto. Ou pensava eu nunca ter visto.

- O quê? – Perguntou o Jaime meio atarantado, como se tivesse acabado de acordar.

- O quadro? Nunca o tinha visto ali.

- Mel, aquele quadro está ali há bastante tempo.

- Ah! Nunca tinha reparado. – Respondi, corando.

Nesta altura o Jaime aproximou-se de novo e instintivamente eu afastei-me. Preparava-me para iniciar outro assunto, já que o do quadro me saiu furado mas ele percebeu.

- Mel, o que é que se passa?

- Nada! – Respondi imediatamente.

Ele pegou-me na mão e conduziu-me até ao sofá. Sentámo-nos os dois.

- Mel, eu preciso que sejas sincera comigo. Que se passa?

- Nada, só estou um bocado cansada.

- Não, não é isso. Há pouco no restaurante ficaste distante, melancólica. E sempre que eu tento aproximar-me mais de ti tu foges.

- Jaime, eu…

- Mel, existe outra pessoa?

- Desculpa? Claro que não.

- Mas já existiu, certo? E aposto que até há bem pouco tempo.

Os olhos de Jaime pousavam calmamente em mim, numa expressão que me tentava confortar mais do que pressionar. Decidi que não valia a pena esconder nem mentir. Afinal toda a gente tem relações que nem sempre terminam bem.

- Houve uma pessoa. Nós terminámos há quase dois meses, e não temos qualquer tipo de contacto. O que se passou é que as coisas não correram muito bem e…

- Ele magoou-te?

Hesitei.

- Bastante. A nossa situação era complicada. Ele tem uma vida muito agitada, vivemos em mundos completamente diferentes.

- Hum! Será que eu o conheço?

Aqui perdi-me um bocado. É claro que ele o devia conhecer, nem que fosse da televisão. Toda a gente conhecia os jogadores do desporto mais popular deste País.

- Não, - Respondi! – não me parece.

- Esse assunto ainda te perturba…

- Um pouco. Mas ao pé de ti eu sinto-me bem. Bastante, até. Eu sei que ando um bocado esquiva, mas prometo que vai passar. Só preciso de algum tempo. Prefiro ir com calma, entendes?

Jaime beijou-me a mão e apertou-a contra o peito.

- Claro. Não se fala mais no assunto. A última coisa que quero é pressionar-te. Avançamos quando estiveres pronta. E eu vou estar aqui e espero o tempo que for preciso.

Aquela conversa tranquilizou-me bastante. Mais uma vez o Jaime mostrara-me o grande homem que era, e fiquei feliz por tê-lo a meu lado. Depois disso levou-me a casa.

 

 

  •    

- Que cena Mel! O Jaime deve ter ficado para morrer. Coitado…

- Não! O Jaime é uma pessoa muito compreensiva. Ele percebeu que eu ainda não estou preparada.

- Oh Mel, por favor! Essa tua ingenuidade às vezes faz-me aflição. – Inês levantou-se e começou a andar de um lado para o outro. – é claro que ele tem de fazer o papel de namorado compreensivo e paciente, mas no fundo ficou magoado. É homem. Os homens não gostam quando lhe negamos alguma coisa, muito menos sexo. E não é parvo. Ele já percebeu que é por causa de outro que tu não queres seguir em frente.

- Não é nada disso, Inês. Eu só não me sinto preparada, é só. Mas um dia destes vai acontecer.

- Ai vai? Quando?

- Sei lá! Essas coisas não se programam. Acontece quando tiver de acontecer.

- Tal como aconteceu com o David?

A Ana empalideceu ao olhar para a Inês. O assunto “David” era quase um assunto tabu naquela casa. Eu própria fui apanhada de surpresa.

- Isso foi diferente. –  respondi baixinho, de olhos no chão.

- Diferente porquê? Porque tu gostavas dele?

- Eu também gosto do Jaime.

- Talvez… mas não como gostavas do David.

- Inês… - A Ana tentava fazer sinal á Inês para esta acabar com o assunto, mas ela não seria a Inês se não dissesse tudo o que tinha a dizer.

- Olha Mel, tu desculpa lá mas eu acho que isto já está um bocadinho avançado demais. Tu não gostas do Jaime, admite. Se gostasses não tinhas tantos problemas em ires p´ra cama com ele. Com o David não tiveste metade das dúvidas que tens agora, e vocês ainda nem namoravam. Bastou passarem uma noite juntos e… Pimba! Aconteceu. Tu e o Jaime estão juntos há quase um mês e ainda não houve nada mais para além de uns beijinhos e amassos. Agora imagina como é que o teu doutorzinho se sente.

- É precisamente por isso que eu quero esperar mais um tempo. Com o David foi tudo tão rápido que acabou da maneira que acabou. Desta vez eu quero que as coisas corram bem. E não vou cometer o mesmo erro duas vezes. Isso não quer dizer que não goste do Jaime, pelo contrário. Se não gostasse não estava tão empenhada em fazer a coisa certa.

- Isso não é amor, Mel! Isso é medo, é insegurança. Tu dizes que não queres cometer o mesmo erro duas vezes, mas é isso mesmo que estás a fazer. Deixaste o David ir embora porque tiveste medo do que sentias por ele, e do que ele sentia por ti. Estás com o Jaime porque te é confortável, é previsível. Sabes o que podes esperar dali e isso é-te conveniente. Isso não é amor. É egoísmo.

- Então agora sou egoísta? Tem piada Inês… para quem achava que eu tinha toda a razão em dispensar o David, agora defende-lo com tanta convicção…

- Em castigar o David, sim. Não em dispensá-lo. Isso só aconteceu porque ele disse-te o que sentia por ti, e tu não aguentaste.

- Ele disse-o por pena. Se realmente gostasse de mim não tinha feito o que fez.

Levantei-me do sofá e dirigi-me para o meu quarto. Pressentia que a conversa ia azedar me breve, e era a última coisa que queria era terminar a noite chateada com a Inês. Já bastara a situação toda com o Jaime.

- Vou-me deitar. Estou cansada. Até amanhã!

Ouvi a Inês ainda dizer “ Foge! Tu és boa nisso, a fugir às verdades!”.

Entrei no meu quarto e fechei a porta com toda a força que tinha. Estava irritada, mas não com a Inês. Estava irritada comigo mesma, porque no fundo sabia que a Inês tinha razão. Eu passava a vida a fugir. Fugi da minha cidade para uma outra desconhecida. Fugi do David o tempo que consegui até finalmente ceder e iniciar uma relação com ele. E fugi quando as coisas deram para o torto. Não enfrentei as adversidades, as diferenças. Preferi ignorar e por causa disso perdera-o. Agora fugia do Jaime porque tinha medo do próximo passo da nossa relação. Mas eu gostava dele. Sentia-o. Não da maneira como gostara do David, mas ainda assim achava que era suficiente. Por outro lado as dúvidas envolviam-me a cada instante. Se o que sentia pelo David era tão forte e não fora suficiente para as coisas darem certo, então como era possível darem certo com o Jaime?

 

publicado por nuncamaissaiodaqui às 20:49

comentários:
Adorei! Ta lindo! Tinha imensas saudades disto! Mas soube-me a pouco xD
Quero mais rapidos :)
Beijinhos
Catia a 19 de Abril de 2011 às 21:46

Que saudades que eu tinha de ler a tua fic!!!!!
Amei!
Está linda!
Tens mesmo jeito para cativar as pessoas!
Adoro, aodro, adoro!
Bjs
Mary a 19 de Abril de 2011 às 22:46

Oh Sandra, junta la' os moços outra vez.. Tadinhos.. :S
Mas adorei.. Continua.. ;)

BjnhO
Adriana a 20 de Abril de 2011 às 00:22

fantastico, adorei...

quero mais... a mel e o david tem de ficar juntos...

continua...
branquinhosdoscachosdourados a 20 de Abril de 2011 às 00:28

Olá :D
já acompanhava a tua fic, mas admito qe acho qe nunca comenteii :x sorry!
mas pronto, vim-me redimir e dizer que adoro o que escreves e já estava com saudades de um capitulo teu!
beijinhos e espero por muitos mais capitulos.
cinefreak a 20 de Abril de 2011 às 01:29

ja estva com soudadez..
nao faz mal em relaçao ao tempo, interressa que postas-te outravez!

e como custume, esta maravilhoso!!

adoROO!!

;D qeroo mais, preciso mais!

bjOO *)
biaC a 20 de Abril de 2011 às 02:59

Que saudades desta fic :)
Que venham mais capitulos e vamos lá ver se o David e a Mel se entendem
Marisa a 20 de Abril de 2011 às 12:58

Eu sempre li a tua fic, só que nunca comentei, pesso inemsa desculpa...
já tinha saudades de ler a tua fic..
Tens de os juntar outra vez, eles ficam tão fofinhos os dois *.*
Quando é que postas o proximo??
beijinhos, e continua
InesM.
Inesm. a 20 de Abril de 2011 às 16:50

Ola Sandra:
Que bom ter algo ter para ler, mts saudades ;)
Espero q consigas um tempinho p nos dares uns "docinhos" de vez em quando.
Muito bom, mesmo muito bom. Já sabes estou à espera... ;)
Beijinhos.
Elsa a 20 de Abril de 2011 às 23:44

Já tinha tantas saudadeeeees

amei, mas quero ve-los juntos :)

beijinho
renata a 21 de Abril de 2011 às 11:50

Vou postar aqui a fan fic da Sandra. Espero que gostem :)
Agradecimento
Muito obrigada a todas que comentam a fan fic :D